quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Frelimo baixa o veu do voto

Uma ameaça da comunidade muçulmana fez o governo moçambicano recuar imediatamente e autorizar as muçulmanas a usarem o véu nas escolas. É uma falsa desculpa dizer que Moçambique é um Estado laico para legitimar a proibição do véu. Afinal ele sempre o foi, e por isso as freiras andaram sempre cobertas por véus, hindus a sua maneira e por ai a fora, e ninguém disse nada e a paz reinava no país. Veio alguém para levantar o véu e os muçulmanos levantaram a laia...

Parece que houve um efeito contágio. Na Europa a tendência para proibições cresce, a França ultrapassou-se na minha óptica. O governo mocambicano talvez num laivo "ocidental"  tenha tomado a decisão. Mas a  relação de Moçambique com os Islão não é igual a relação do Islão com os outros países. A luta da França prende-se com questões de poder.  Um patamar do qual Moçambique não faz parte. O Islão em Moçambique faz parte do gene de uma parte da sua história, e isso não se apaga levantado o véu. Eles representam cerca de 30% da populacao.

Tal como o partido no poder nao pode, de forma alguma, apagar os muculmanos nas eleicoes e na angariacao de fundos para a caca ao voto. Tudo tem um preco, e cada um deve saber se esta em condicoes de arcar com as consequencias. Caso contrário, é o que se ve.

Para mim a posicao da comunidade muculmana mostra por um lado que há no país a nocao do voto consciente. Afinal vota-se também em quem salvaguarda os nossos interesses. Se eles sao bons ou nao isso e outro assunto. É o preco da democracia. Por outro lado mostra que o governo mocambicano nao tem maturidade e seguranca e por isso é frágil. Por isso ele está sujeito a ficar refém de qualquer um.

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