terça-feira, 12 de abril de 2011

Costa do Marfim: agora vem o prato princípal?

Parece que desde Novembro até agora a Costa do Marfim esteve só na fase dos aperitivos, por sinal um longo e difícil aperitivo. Os reais resultados desta fase só com o tempo se seberá. Mas daqui para frente como será a Costa do Marfim? Os conhecidos 45% dos apoiantes de Laurent Gbagbo vão aceitar o derrube do seu líder com passividade? O país que esteve sempre na iminência de se dividir, sul e norte, tem todas as condições agora para que acabe como o Sudão, em duas partes. Uma verdadeira guerra civil pode voltar a acontecer, agora com mais motivação.
Entretanto, o presidente eleito, segundo observadores internacionais, e reconhecido pela comunidade internacional, vai poder fazer o que tanto deseja: governar a Costa do Marfim. E assim terá prevalecido em mais um país africano a democracia. Posto isto se retiram do país as tropas francesas e da ONU, depois de terem feito o serviço para Ouattara, onde os locais vão se acabar a custa da violência. Os primeiros discursos de organizações importantes e até de Alassane Ouattara são de não retaliação e de paz, um discurso belo, mas difícil de ser cumprido...
O presidente reconhecido pela comunidade internacional, e a própria comunidade internacional, querem que Laurent Gbagbo se sente no bancos dos réus pelos actos que cometeu, provavelmente o TPI, como é hábito, o acuse de genocídio e essas coisas todas que conhecemos. Mas as organizações de defesa dos direitos humanos, como a Human Rights Watch, denunciam as barabaridades cometidas também pelas forças de Alassane Outtará. Irá a comunidade internacional ajudar este homem a ir fazer companhia a Laurent Gbago em Haia?

O que mudou?
A habitual eleição, pelas grandes potências como a França e Estados Unidos, dos seus "meninos bonitos" transportam-me para a história do meu país que estudei na escola primária, onde se conta(va) sobre a forma que os colonizadores usavam para ocupar os territórios: faziam parcerias com reis que serviam os seus interesses e lhes davam apoio para derrubar os reis rivais. Isso foi só na fase inicial. E a história mostrou que todos os reis viraram depois seus inimigos, um de cada vez, até que todos estavam do lado oposto e foram aniquilados.
E pois que vale a frase: "E a história se repete..."

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