quinta-feira, 3 de março de 2011

Lavando a roupa suja no carnaval


Foto: Glória de Sousa

Também vamos a vida!
Roupas brancas de algodão, muitas dela que parecem peças íntimas que se usavam antigamente, penduradas em fios pelas ruas da cidade de Bonn-Beuel, caracterizam um carnaval único na Alemanha, o Weiberfastnacht. Há mais de 175 anos as lavadeiras desta região se revoltaram contra o facto de apenas os homens festejarem o carnaval, e atiraram a roupa e o sabão ao chão exigindo direitos iguais. Assim começou o Weiberfastnacht, que também marca o inicio do carnaval de rua em Bonn.


Foto: Ismael Miquidade

Só por um dia...
Este carnaval, que simboliza essencialmente a afirmação feminina numa sociedade machista, termina, oficialmente, a sua celebração com as mulheres a "tomarem" o munícipio. Elas dirigem-se ao munícipio onde o "burgermeister", o presidente do munícipio, lentrega as chaves, apenas por um dia, as mulheres. Na Alemanha é tradição em muitas cidades o burgermeister entregar as chaves do munícipio aos foliões, mas a única cidade onde as mulheres são as previlegiadas, é Bonn-Beuel, até onde estou informada.


Foto: Glória de Sousa

Camelles
Mas até que estas cheguem a "Rathaus", o munícipio, muitos grupos de foliões desfilam pela cidade, distribuindo ou atirando essencialmente doces e chocolates para os espectadores. Mas os brindes variam um pouco, passando por sacolas de publicidades, a peluches até a guardanapos de papel. Os espectadores viram "caçadores" de brindes, o que é muito bonito! Todos tornam-se crianças felizes por terem conseguido coisas, uns caçam com chapéus, outros com bandeiras, mãos estranhas se apalpam no chão na divertida luta para mais um chocolate, enfim, voltamos para casa docemente carregados!
Na verdade convém ir protegido com um capecete para o carnaval... se não há um risco de parar ao hospital para uma pequena cirurgia, isto se antes não ficar sem um olho!


Foto: Glória de Sousa

A família real
Quem mora nas ruas por onde o desfile decorre é rei! Fica no seu camarote, na verdade no seu "Balkon", varanda, a assistir tudo como um rei. E coincidentemente os que se encontram nessas varandas, algumas vezes, vestem-se e comportam-se como tal, acenando com altivez e sorrindo sem parar para os grupos de foliões e para a "plebe" que se amalfanha em baixo pelos doces... (sacanagem da minha parte...)

2 comentários:

  1. Eu queria era ver as mulheres tomarem a cidade e o país de assalto sem ser no Carnaval ;-)
    Bjs
    Cristina

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  2. Ha, ha, ha... se isso acontecer o mundo vai ser melhor do que é... (será?)
    bjao

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