segunda-feira, 19 de abril de 2010

Estradas com sentido único? Stop apenas para uns?

Não é exctamente isso, a estrada tem dois sentidos. Mas foi edificada a pensar primeiro no sentido "vir". A Lusa noticia que a "Lufthansa  obteve hoje uma autorização excepcional da Agência de Segurança Aeronáutica (DFS) alemã para realizar 50 voos de longo curso e trazer de volta à Alemanha perto de 15 000 passageiros retidos em vários aeroportos."
Já li também sobre passageiros que estão retidos no aeroporto de Madrid porque não tem visto para entrar em Espanha.
"Fontes aeroportuárias explicaram que nesta situação estão, por exemplo, uma família nigeriana que estava em trânsito para Dublin e alguns cidadãos peruanos que tinham como destino Londres.", informa a Lusa. Os poucos que tem estradas em" funcionamento", mesmo que parcial, o seu sinal  a dizer "STOP" não é ignorado para casos "diferentes" mesmo em situações de emergência...
Depois esses fazedores do "código de estrada" enchem a boca para falar em equilibrio, igualdade de direitos, respeito pelos direitos humanos, e essa ladainha que não acaba mais...
Para quem me faz o "Wash Brain" nas madrugadas obrigada por me ajudar a entender como funcionam os "caminhos" da vida...

O cinzento existe sempre...

As minhas colegas saíram do serviço com microfone e gravador na mão com destino a um aeroporto próximo da cidade em que vivem. Foram ver a situação provocada pelo vulcão da Islândia e fazer um vox populi. Assim que regressaram cai em cima delas com um monte de perguntas passando por cima do chefe que estava preocupado com a peça para a emissão de hoje ou de amanhã. Depois de ter "caído na real" fechei a matraca... Mas fui atrás de uma delas, agora não com perguntas, mas com respostas as perguntas, que eu pessoalmente tinha dado sem conhecer a realidade, a espera de confirmação... do tipo: "então, o aeroporto estava lotado, muita gente a dormir no chão, as casas de banho imundas, e os cafés e restaurantes a faturarem para caramba, né?" e ela "não, o aeroporto estava vazio, só duas pessoas dormiam nos bancos e os trabalhadores dos cafés jogavam cartas...". E lá vi eu o meu filme "vandalizado" com aquela resposta... Tinha imaginado que nos grandes aeroportos os funcionários de limpeza estavam stressados e cansados de tanto limpar a sujidade feita por um mar de gente, que os hóteis estavam superlotados e os trabalhadores já nem tinham cabelos, que os restaurantes tinham pedido mercadorias em dobro, que os passageiros já não podiam ver sandes congeladas a frente...
A especulação também faz parte do cinzento...

terça-feira, 13 de abril de 2010

Na Polónia o Ivan não baixa as armas

Destino maldito para este país? Dizia-me uma pessoa muito especial que vizinhos e família não podemos escolher, co-habitamos com o que nos calha. Temos de aceitar aquela frase cansada „é o destino...“ e quase sempre cairmos no fosso do conformismo, ou não? Um suposto fim de linha, o destino, definido por um professor meu de História das Idéias há um tempo, como o cruzamento entre o acaso e a fatalidade, o acaso é a sorte ou azar, e a fatalidade é o inevitável de acontecer. Hoje recupero a definição e tento encaixá-la a situação da Polónia e vejo que o acaso não lhe proporcionou o melhor, não lhe saiu o “As”, nunca. O massacre de Katyn em 1940 continua a ser o grande marco do distanciamento entre os dois vizinhos, Polónia e Rússia. O primeiro aguarda por um pedido de desculpas que não chega há setenta anos. E no sábado o presidente polaco perdeu a vida quando ia prestar homenagem às vitimas desse massacre. Entre um caso e outro, outros pendentes existem. Mas tudo se centra em Katyn, até a nova desgraça da Polónia, é remetida a este passado negro, ou melhor, vermelho. Numa floresta próxima de Katyn, na Rússia, foram executados cerca de 22 mil polacos, sob ordem da ex-União Soviética. Cerca de oito mil vítimas eram militares tomados como prisioneiros na invasão soviética da Polónia em 1939, sendo os restante presos sob alegações de pertencerem a corpos de serviços de inteligência, espionagem, sabotagem, e também proprietários rurais, advogados, padres etc. Esta ferida continua aberta para os polacos até hoje. A visita do presidente Lech Kaczynski visava homenagear estas vitimas quando o avião em que seguia caiu em território russo provocando a sua morte e de outros 96 ocupantes. Uma notícia que chocou a Polónia.

Viajo mais uma vez para o livro que estou a ler, “Descascando a cebola” de Günter Grass e proprio-me descaradamente do nome Ivan que o autor usou no seu livro para designar soldado russo durante a segunda guerra mundial (uma amiga diz que me falta a originalidade...). Um inimigo que não desejava encontrar e quando o encontrava fugia. Hoje esse Ivan continua vivo e activo, parece que as rugas do tempo não o afectaram, muitas desgraças causou Polónia.

Outra grande magoa da Polónia é em relação a perda de terrenos seus para a Rússia. O actual território do país foi determinado após a Segunda Guerra Mundial pelas potências vitoriosas. A Polónia perdeu cerca de 20% da sua superfície de antes da guerra. A actual Ucrânia fazia parte da Polónia e o Ivan a tomou.
Mas em contrapartida a este país foi atribuida uma parte do territórios, na sua região ocidental, ou seja, parte da Alemanha.

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Um quintal do ilícito chamado Guiné-Bissau

Sim, não pode ser considerado um país, porque as leis não são cumpridas. Pelos menos as do país não são. Se alguma lei é cumprida é de certeza vinda de algum lugar que ninguém quer ver. Mas aqueles que foram eleitos para fazerem valer as leis do país parece que obedecem a essas leis vindas dessa autoridade desconhecida
O poder político é um servidor da “autoridade desconhecida”, o poder militar também é um servidor, e a comunidade internacional é inerte. O primeiro e o segundo assim o são porque a ganância é maior do que eles e o terceiro por muitos motivos, o mais evidente é a incapacidade de fazer frente a quem manda na Guiné-Bissau. Enquanto não há furdunço estão caladinhos, quando os militares e os governantes decidem fazer os seus ajustes de contas porque as negociatas não correram bem, ai aquelas todas as siglas importantes (ONU, UA, UE, CEDEAO e companhia) emitem comunicados e coisas do gênero a combinar com o brilho dos seus nomes.

ONU imponente
Enquanto isso os subalternos do narcotráfico, eleitos pelo povo, vão usando abusivamente algumas destas instituições para resolverem as suas querelas. São marionetes. A ONU aceitou acolher o contra-almirante Bubo Na Tchuto, ex-Chefe da Armada, acusado de estar envolvido no último golpe de Estado no país. O contra-almirante chegou ao país e sabia onde se instalar. Provavelmente as coisas não correram como previa, cansou-se da hospitalidade de Mutaboba, ou de Ban ki-Moon, e foi-se embora em grande estilo. Ora, pode haver maior desrespeito que este?

CPLP & PALOP: A orquestra dos independentes
Nem vamos falar... Provavelmente para os servidores do narcotráfico nem devem existir. Já em condições menos anormais ela “existe”, pior em situações de crise. Em momentos como este me questiono mais sobre a força dos laços entre os países de língua portuguesa. As outras organizações africanas não diferem muito destas.

EU: Sempre acenando dinheiro
O dinheiro fala todas as línguas, mas não compreende bem o crioulo da Guiné-Bissau. Pelo menos o Euro não. De acordo com a LUSA “O ministro português dos Negócios Estrangeiros, Luís Amado, manifestou-se hoje (08.04.10) convicto que a União Européia manterá a cooperação com a Guiné-Bissau, mas advertiu que "os condicionalismos políticos" da ajuda internacional "são muito exigentes". Por isso, muitas vezes é ouvida em nome do pseudo-desenvolvimento do país, mas noutras fala mesmo é sozinha julgando no seu pedestal, que tem um interlocutor. É mesmo um monologo.

EUA: O eterno pai?
Se não é, age como tal. Entra sempre no barulho quando já não há quase como silenciar os seus actores. Até isso acontecer, assiste a tudo, quase, sem agir. A LUSA noticiava ontem: “Os Estados Unidos anunciaram hoje que congelaram os bens do chefe de Estado-Maior da Força Aérea da Guiné-Bissau, Ibrahima Papa Camara, que acusam de envolvimento no tráfico de droga.” Esta sanção é extensiva a Bubo Na Tchuto e o governo americano interdita qualquer cidadão norte-americano de manter relações com os visados.


Eu: A espectadora que está a “apanhar do ar”
O que está a acontecer na Guiné Bissau é tão sórdido que por mais esforço que faça, não consigo entedender. Tenho aquela sensação de ter ido ao cinema ver um filme e não ter entendido nada... Sair na verdade confusa e com dor de cabeça. Na verdade sei que me manterei nesta sala de cinema por muito mais tempo...
São acertos de contas entre poderes e dentro de poderes. Num momento um serve a outro, noutro momento não, seguem-se acertos de contas entre eles, depois os líderes dos diferentes poderes fazem “coligações invisíveis” aos nossos olhos, e a história se repete. É ciclico...

Tartaruga no prato ou no peito...

No distrito de Moma, na província de Nampula, em Moçambique, oito pescadores vão sentar-se no banco dos réus por pesca ilegal de tatarugas. Os pescadores artesanais foram detidos pela polícia local recentemente, depois de denuncia de um popular, segundo o jornal Notícias de Moçambique. Ler mais em: http://www.jornalnoticias.co.mz/pls/notimz2/getxml/pt/contentx/997674/20100331As autoridades conseguiram salvar nove tartarugas vivas das mãos dos pescadores e devolveram-nas ao mar, mas as restantes, de um conjunto de quarenta, não foram ainda encontradas. Também elas conseguiram recuperar quatro carcaças. A bióloga Alice Costa do Fundo Mundial para a Natureza, delegação em Moçambique, falou a DW sobre as consequências deste tipo de acto:

Alice Costa: As tartarugas são importantes para o ecossistema, elas jogam um papel de equilibrio ecológico. Por exemplo elas se alimentam de medusas e se estas estiverem em grande quantidade podem afectar a reproduçãoão de peixes, porque elas comem larvas de peixe. O facto de elas existirem, elas controlam as populações de medusas e evitam que comam os ovos e podemos ter problmeas muito sério na repovoção das espécies de peixes.

NI: Quais as alternativas de subsistência para os pescadores ilegais?
AC: Eu não falaria muito em alternativas... a tartaruga é uma especie protegidas. Ela é caçada porque os pesacdores gostam da carne de tartaruga. Pode-se dizer que em vez de fazer a caça da tartaruga poderia se fazer o turismo ecológico. Eles protegeriam a tartaruga e os turistas poderiam pagar os pescadores para ver o projecto de proteccção da espécie. Os pescadores mostram que conhecem  a importância da tartaurga para o ambiente e são eles que trazem a informação e depois explicam aos turistas sobre o seu projecto, e os turistas pagam por isso. Assim eles ajudam a repovoar o ecossistema e fazem com que a espécie saia do estágio vias de extinção para fora de extinção. Uma vez que proteger uma única  especie significa proteger um conjunto de outros, o mar e a area de midificação. 

NI: Não é muito comum saber que as autoridades moçambicanas prendem os ilegais...
AC: O que se faz neste momento é a sensibilização. Desta vez, a acção de apreensão, foi feita em conjunto com  ministerio das pescas e que se levou os pescadores a tribunal. Porque está na lei, a lei diz que tem uma multa a pagar quando caça a atartaruga. A multa pode ultrapassar um valor de mil dolares, em três meses, se ela não consegue pagar vai a tribunal e depois ele decide o que fazer.

NI: Pode-se considerar este como o maior caso do genero, em termos de detenções?
AC: Acho que é a primeira vez que isso se faz. Houve mais uma feita em Vilankulo, Inhambane, onde foram presos caçadores por morte de dugongos, e um mamífero marinho que só existe em Bazaruto, e está em vias de extinção. E depois os pescadores foram presos e levados aos tribunais.

quarta-feira, 7 de abril de 2010

O primeiro vôo do flamingo é para Cannes...

Não vai para a grande sala das nomeações com o glamour, o tapete vermelho, as estrelas “terrenas”, e aquelas luzes capazes de cegar qualquer um (e devem provocar um calor dos diabos...) Mas vai pousar num pavilhão do grande evento de Cannes. O chamado "Pavillon Cinemas du Monde", onde passam obras da Ásia, África, América Latina, Europa do Leste e Médio Oriente. (Cabe tudo no mesmo saco, não?)
Para uma ave moçambicana, até tem uma estréia muito boa... Mas porque razão este filme, que nasceu com o cú virado para a lua, ou porque é mesmo bom (saberemos depois...), existe? Só o João Ribeiro pode satisfazer as minhas não poucas curiosidades, e provavelmente a de muitas pessoas... Continue a ler!

 

Nádia Issufo: Porque escolheste o “Último Vôo do Flamingo” para fazer o filme?
João Ribeiro: Por varias razões. O livro é um procedimento que já vinha fazendo que é adaptar Mia Couto. Eu fiz três curtas metragens baseadas em obras de Mia Couto e a minha intenção era fazer cinco onde todas elas individualmente contasse uma história mas que no conjunto dessem o retrato de Moçambique. Então, esta história fazia parte do conjunto de histórias escolhidas por mim. Acontece que este projecto conseguiu desenvolver-se mais rapidamente do que esperava, embora tenha levado nove anos a produzir, conseguiu a desenvolver-se mais rápido do que a quarta curta e aparece este filme, este é o motivo global. Principalmente a história interessa-me muito, ela conta a história de Moçambique no pós-guerra, depois de um processo de mortes e destruição. É uma história que retrata um momento de transição e como a vida é feita de transições, então essa escolha surge por causa disso. Esta história demonstra essa fase de transições, da guerra para a paz, de um sistema monopartidário para uma democracia, com mais opções de escolha e com tudo que isso acarreta, com a mudança económica, social, política. Todos estes procedimentos estão marcados nesta grande transição que o Mia sabiamente escreve através do último Vôo do Flamingo.

NI: O que originou esta longa espera de nove anos? 
JR: O filme é um projecto ambicioso, é uma longa metragem para ser filmada em película para ir para a grande sala. Tem objectivos grandes, e acima de tudo tem grandes actores, obriga a ter efeitos especiais e um grande trabalho de adaptação da história. Tudo isto fez com que o projecto ficasse grande e fosse necessário procurar dinheiro para suportar essas despesas todas e para chegar a um bom termo como projecto. Os nove anos foram um processo de trabalho, um processo de fidelização do guião, de busca de financiamento, de procura de melhor memomento para o fazer... Podia ter feito em menos tempo se tivesse menos disponibilidade financeira, mas o grupo de produtores,  isto é uma co-produção internacional, tem seis países co-produtores, decidiu que era melhor esperara para reunir os meios financeiros necessários, o que acabou só por acontecer em 2008.



sábado, 3 de abril de 2010

O país dos militares

Vamos libertar Bubo Na Tchuto e depois tomamos o poder. Não deu certo? Mudamos o discurso. Os soldados da etnia Balanta, a mesma que a do ex-comandante da Armada, Bubo Na Tchuto, resolveram uma parte do problema. O que poderá acontecer agora com a "soltura" do ex-comandante?
Só gostava de saber em que situação está o primeiro-ministro do país...

Aliciando criancinhas com ovos de Páscoa...



Pode até ser que seja através deste metódo que alguns padres católicos conseguem abusar das crianças... Nesta altura do ano é mais fácil... E talvez para eles a Páscoa aconteça com mais frequência, devem pensar que a ressurreição de Jesus Cristo acontece mais do que uma vez por ano... Precisam de rever os ensinamentos.
E o pior de tudo é termos estado a ouvir essas histórias horriveis já há muito tempo e ver o Vaticano a esconder as cuecas dos padres debaixo da mesa e ao mesmo tempo que o seu líder luta para "erradicar" a camisinha do mundo (só mete água esse Bento XVI....). Essa instituição parece que se "exlcuio" do mundo e se mantem numa redoma de vidro, estagnada e fossilizada. E o pior de tudo é que quer sustentar a sua imagem "imaculada" a todo custo, mesmo que isso signfique fazer de contas que os seus tarados padres não andam a fazer merda. Agora que a pressão caiu sobre o Vaticano, é que vão discutir a "doença" que lhes afecta.
Será que nessa hora escondiam Deus onde?
Dentro do gostoso ovo é que não era...



Sobre o assunto para ler em:
http://jn.sapo.pt/PaginaInicial/Sociedade/Interior.aspx?content_id=1531544